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Mais de 200 pacientes com lúpus fazem tratamento na rede pública do Acre


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Mais de 200 pessoas diagnosticadas com lúpus fazem tratamento na rede pública do estado do Acre. Segundo a responsável pelo ambulatório da doença do Hospital das Clínicas, reumatologista Adriana Marinho, somente este ano, foram registradas duas mortes por complicações do lúpus no estado.

Nesta sexta, é comemorado o Dia Mundial da Luta Contra o Lúpus, onde algumas ações são desenvolvidas voltadas para as pessoas que sofrem com essa doença.

O lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune (quando o sistema imunológico ataca o próprio organismo). Segundo a reumatologista, essa é a principal doença autoimune e uma das doenças reumáticas que mais causa morte.

Toda as sextas-feiras são atendidos no Hospital das Clínicas do Acre, em Rio Branco, 24 pacientes com lúpus, segundo a médica.

“É uma doença que pode acometer vários órgãos do sistema e é mais comum acometer mulheres jovens, na idade produtiva, entre 20 e 40 anos. Em homens não é tão comum, mas quando ocorre tende a ser muito grave porque costuma pegar nos rins. Não tem cura e tem um tratamento que vai depender de cada órgão que foi acometido”, explicou a médica.

Não existe uma causa estabelecida e não existem maneiras conhecidas de impedir o aparecimento da doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuem para seu desenvolvimento.

Uma lei municipal garante a distribuição de protetor solar para pacientes diagnosticados com lúpus em Rio Branco. Para receber o benefício é preciso que o paciente esteja cadastrado na Associação de Pacientes com Lúpus no Acre.

São sinais de alerta:

  • dor articular
  • cansaço desproporcional e sem explicação
  • manchas na pele
  • queda de cabelo (porque o folículo fica inflamado)
  • dor para respirar, parece uma dor muscular, mas não vai embora
  • febre

Diagnosticada com lúpus há quase 20 anos, Queli Feitosa, criou associação para orientar e dar apoio a pacientes com a doença — Foto: Arquivo pessoal

Diagnosticada com lúpus há quase 20 anos, Queli Feitosa, criou associação para orientar e dar apoio a pacientes com a doença — Foto: Arquivo pessoal

‘Quase 20 anos de muita luta’

Diagnosticada com lúpus há quase 20 anos, a maquiadora Queli Feitosa, de 38 anos, resolveu criar em 2013, junto com o marido, a Associação dos Portadores de Lúpus no Acre, que busca orientar e dar apoio a pacientes com a doença. Ela relatou que foram anos de muita luta, mas que nunca desistiu.

“Comecei a ter os sintomas de lúpus desde meus 15 anos, ia na dermatologista e ela passava protetor solar. Eu tinha vergonha porque ficava uma cicatriz no rosto. O diagnóstico foi confirmado somente quando eu tinha 19 anos e logo comecei a fazer o tratamento. São quase 20 anos de muita luta, mas nunca desisti”, lembrou Queli.

Entre as complicações da doença, a maquiadora conta que teve problemas na visão, na circulação que acabou gerando trombose e perda de dois dedos do pé. Além disso, ela precisou fazer o transplante de um rim.

Queli também falou das dificuldades de quem tem a doença. “Muitas de nós têm comprometimento nas articulações e, às vezes, não consegue pegar numa colher ou se locomover. A maioria das empresas não emprega pessoas que têm doenças crônicas. Tem gente que pensa que é frescura, mas não. Lúpus é sério, é agressivo, silencioso e quando você pensa que não, ele te mata”, disse.

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